sábado, 10 de maio de 2014

Quando só se acredita no que os olhos podem ver...

Você não pode ver? Não vê o que está ao seu redor?

E porque não vê, não acredita... mas existem muitas coisas que seus olhos não podem ver, que realmente estão ao seu redor...

Só porque não vemos... não quer dizer que não existe...

Não se pode tocar nos sentimentos... mas podemos senti-los... podemos ver nas ações das pessoas, a natureza de seus sentimentos...


Porém... algumas pessoas podem ver... outras podem sentir... algumas podem ouvir...  e ainda outras, podem ver, ouvir  e sentir... pois eles estão por toda parte, em todos os lugares... havendo luz ou não... havendo ar ou não... havendo vida, ou não... porque eles fazem parte da própria vida... estão misturados à vida...

Os anciães e sábios, escreveram sobre eles... e o povo contou histórias a seu respeito... mas até nos dias de hoje... eles permanecem um mistério...

Mushishi  nos conta a interessante jornada de Ginko por um país que pode ser qualquer um do nosso imaginário... porém a ambientação remete ao Japão feudal... entretanto,  o nosso protagonista, veste roupas um tanto sui generis para a época em que se passa a história, com um visual totalmente, ou quase, voltado para o século XX.



Essa e outras peculiaridades, fazem dessa produção qualquer coisa que as palavras não podem definir... não é pra menos, pois a essência do roteiro, não é necessariamente a vida de Ginko, mas sim, a existência desses seres que não podemos ver, não podemos tocar, não podemos ouvir... seres cuja existência está além da nossa ciência e compreensão... mas eles existem, talvez antes mesmo da própria vida existir como a  entendemos...

Os mushi, geralmente não causam estragos, ou malefícios aos humanos ou à natureza – claro... eles fazem parte da natureza... >.< -  porém, eventualmente podem causar problemas à saúde dos humanos...

Ginko é uma pessoa que viaja por seu país estudando os mushis, tentando ajudar pessoas afetadas por eles, e buscando curas  que ainda não foram descobertas, para os possíveis problemas causados por mushis, que desequilibram a saúde dos humanos.

A arte gráfica pode parecer um tanto primária ou infantil aos olhos dos mais distraídos ou exigentes com gráficos de última geração. Engana-se quem, ao olhar displicentemente o designer gráfico das personagens, pensa que é um traço relapso ou mal acabado...

Certa vez, ouvi mesmo de uma pessoa, que ela não gostava de assistir animes, cujo traço dos personagens não fosse de uma beleza grega... >.< ... é uma pena, pois ela vai perder a oportunidade de explorar a beleza exótica exposta nessa série.

Sim... sim... as personagens não primam por beleza inquestionável... porém o traço, em princípio simples, confere a esses mesmos personagens, um quê de realidade... as emoções expostas com sinceridade em cada gesto, olhar ou sorriso...

E definitivamente a obra prima dos gráficos fica com os efeitos especiais, combinando perfeitamente luzes e sombras, matizes, movimentos... uma verdadeira sinfonia  executada pelos dançarinos invisíveis, que dão título ao nosso anime.

As paisagens remetem à aquarelas antigas... e se me fosse possível adentrar em alguma delas, não me importaria se o tempo ali parasse... seria um êxtase infinito...

Mushishi é muito bem dirigido, e a narrativa, lenta, porém nada entediante sempre nos prende a atenção e o desejo de saber qual será o próximo movimento...  cada segmento da história tem seu início, seu meio e seu fim... e eventualmente algum fato que já ocorreu, poderá ser lembrado em um futuro próximo... As sequências não nos deixam a impressão de que está faltando alguma coisa... e se ficou, eu estava tão absorta nos episódios em si, que não percebi... >.<...

Foi uma delícia assistir a primeira temporada e o especial... e está sendo uma delícia assistir a segunda temporada...

A trilha sonora é dessas de fazer a gente se sentir uma nuvem... literalmente...  Não tem como descrever uma trilha sonora tão reconfortante, relaxante... Ah... sim... nada nesse mundo é perfeito, mas vamos combinar que, mesmo aquela trilha que parece nada a ver, está totalmente dentro do contexto ambiental de Mushishi... diga-se de passagem, Masuda Toshio, extremamente talentoso,  foi sem sombra de dúvida, inspirado pelo céu, ao compor essa trilha... ou inspirado  pelos  próprios mushis... ^_^

Não espere correrias e pancadarias... quem já assistiu  sabe que o estilo desse anime é totalmente diferente... se formos descrever Mushishi  através de gêneros, com certeza vai ficar faltando alguma coisa a dizer.

Nesses poucos episódios que foram lançados até a data desta edição, pude notar uma pequena mudança na maneira de narrar a história, mas isso de forma alguma interfere negativamente no conjunto da obra... eu diria que, apesar de manter o alto padrão de qualidade, que sempre esteve presente nessa produção, tem alguma coisa de mais intrigante ainda nessa segunda temporada...  Mas eu absolutamente, não sei dizer o que é... ^_^

Lamentavelmente, serão poucos episódios dessa vez, menos que a primeira temporada...
Enfim, eu não vou contar a história de Ginko, pois muitos outros autores, já o fizeram, alguns com maestria... porém, não poderia deixar de expressar minha admiração por essa obra de arte, obra completa em todos os níveis, no meu entender... e que me deixa extasiada, sempre que eu volto a assistir...

Aguce seus sentidos...  e até a próxima...








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