O que exatamente o nome desse anime tem a ver com o contexto? O.o... apenas um pequeno detalhe... mas mesmo assim considerei sem noção... até onde sei usagi é coelho. Já drop tem uma penca de significados, entre eles, gota, pingo, cair... a lista é realmente grande...
Em algum lugar não sei mais onde, li que o título faz referência a pequenos comprimidos azuis equivalentes ao viagra...
Tudo isso continua meio sem noção, no meu entender...
Quando comecei a assistir o primeiro
episódio, mesmo tendo lido alguma coisa a respeito, eu pensei... – “ Afffff...
lá vem mais um desses animes com arte gráfica estranha... “ – pois é estranho
mesmo... Contudo... lembrava aquelas aquarelas do jardim de infância... meio
nostálgico... meio sei lá o que...
E tentando não ser muito exigente
em relação a detalhes, embarquei na história... no visual... no aspecto
emocional que foi muito bem abordado no decorrer dos poucos onze episódios e
quatro pequenos especiais que contam a história da pequena Kaga Rin e seu
sobrinho Daikichi...
Uma emocionante história sobre
abandono, insegurança, dúvidas e amor... um amor que está além do nosso
entendimento... afinal... só um coração sensível pode compreender as nuances de
um amor que não exige nada em troca...
Originalmente Usagi Drop é um
mangá e foi publicado de 2005 a 2011, pela revista Feel Young, sendo que o
anime só foi produzido em 2011.
Apesar da classificação oficial,
eu diria que este anime está mais para drama, - eu chorei muito – do que para
comédia, apesar dos momentos hilários proporcionados pelo “trintão” e “solteirão” convicto – Daikichi – por conta da sua total inexperiência como
“pai”.
O ponto de partida da história é
o falecimento do avô de Daikichi, quando a família descobre que o ancião tinha
uma filha ilegítima.
Vamos fazer um parêntesis aqui –
tenhamos em mente que os padrões de legitimidade no Oriente e Ásia são bem
distintos dos nossos. Daí que o fato do “vovô” ser viúvo, e ter registrado a
menina, aparentemente não representa absolutamente nada para a família.
Fato é que a família de Daikichi
sentiu-se ludibriada, ofendida mesmo, relativamente à questão da existência de
uma criança que eles julgaram indesejada...
E eis que enquanto tal família
ponderava sobre o futuro da criança, uma onda de revolta se apodera do nosso
[quase anti] herói, que impulsivamente se propõe levar a pequena Rin para sua
casa, a fim de dispensar-lhe cuidados e educação necessários, para espanto e indignação
de todos os seus parentes.
E assim, vamos acompanhando o
evoluir de um relacionamento familiar, que em princípio, tinha tudo para ser um
grande desastre... mas a Rin é muito fofa... e Daikichi... bem... Daikichi é
“um cara legal”... >.< ... e mesmo depois que “caiu a ficha”, percebendo
o quão imaturo e impulsivo havia sido, esse “sobrinho-pai” está disposto a
proteger a pequena Rin, e dar-lhe um lugar que ela possa sentir como seu lar...
E é por esse aspecto dedicado...
obstinado mesmo, determinado a superar todas as dificuldades e a trazer um
pouco de felicidade para a Rin, que amamos o Dakichi... *.*
E apesar da aparência gráfica de
uma aquarela infantil, o conteúdo desse anime é riquíssimo, abordando assuntos
como a maturidade ou falta dela para se assumir um filho, os sacrifícios que os
pais precisam fazer para dar uma boa educação e uma vida relativamente segura
para seus filhos... os momentos gratificantes sob o olhar dos personagens que
enriquecem a história... podemos constatar que há um roteiro sério por trás dos
traços simples da arte gráfica... o que nos leva a pensar se essa não era a
real intenção dos produtores, a fim de chamar mais a atenção para a história em
si.
Kamei Kanta, o diretor, soube
preservar todos os aspectos da história, conduzindo a narrativa sem deixá-la
entediante, e ao mesmo tempo, apesar do ritmo lento para quem gosta de águas
agitadas, mantém presa a nossa atenção.
Foi um anime lamentavelmente
pequeno para a grandeza de conteúdo...
Direção: Kamei Kanta
Estúdio: Production I.G.
Ano: 2011
Gênero: Drama, comédia,
cotidiano.
N° de Episódios: 11
Página de Consulta: Wikipédia
Personagens
Kawachi Daikishi – solteirão convicto de 30 anos, vive sozinho até
levar a pequena Rin para sua casa. Apesar da “solteirice”, eventualmente
Daikichi questiona sua opção, ou melhor... eu não diria que foi uma escolha
absoluta... Talvez nosso solteiro de plantão não tenha encontrado a pessoa que
lhe fizesse acelerar o coração, pois, é possível perceber que vez ou outra
Daikichi repara nos casais que atravessam seu caminho ocasionalmente.
Refletindo sobre essa questão,
creio que Daikichi fez sua escolha baseado em observações superficiais da vida
de casados das pessoas de sua própria família...
Ele é um sujeito um tanto
reservado e quando passa a conviver com a Rim, percebe que seu insulamento o
deixou totalmente despreparado para qualquer tipo de vida em comum, ou de
relacionamentos sociais e familiares mais profundos.
Daikichi precisa voltar a se
conhecer e reinventar a própria vida...
Kaga Rin – tem seis anos de idade e se vê órfã repentinamente...
seu pai é o avô de Daikichi, o que deixaria a cabeça de qualquer criança, um
tanto confusa, mas não dessa criança.
Rin é uma menia tímida, porém muito antenada com tudo que acontece a
sua volta, inteligente além da sua idade, e acima de tudo, sensível sem ser
mimada.
Não saberia dizer se a educação
refinada de Rin tem mais a ver com sua própria timidez, ou se pela vida
austera de ter um pai com idade pra ser
seu bisavô... Não que o pai lhe fosse
uma pessoa áspera, muito pelo contrário, fica bem claro que o “avohai” >.< dispensa-lhe bastante carinho e
atenção... Mas a menina foi criada sem a mãe por perto, daí talvez venha a
maturidade precoce da garotinha.
Existem os demais personagens
como a mãe e a irmã de Daikichi, uma prima dele e da Rin, a própria mãe da
garotinha que aparece em algum episódio, o novo amiguinho que ela faz na escola
e a mãe do mesmo... Personagens que nos
ajudam a perceber que tipo de pessoas queremos e não queremos ser, e as nossas
reais possibilidades...
De todo esse contexto, conclui-se
que não é apenas Rin quem estará crescendo nessa história... aliás, uma
história real de crescimento, de aprendizado, de ensinamentos para a vida... de
construção de amor...
Como eu disse antes, uma história
pequena para muito conteúdo.
Por enquanto é isso... até a
próxima...
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